Faringoamigdalies, devo me preocupar?

Diagnóstico e tratamento adequados são importantes principalmente para a prevenção de complicações. 

Por: Dra. Tatiana Almeida

As Faringoamigdalites constituem um dos distúrbios mais frequentes no cotidiano do médico otorrinolaringologista. São doenças inflamatórias e/ou infecciosas que envolvem a faringe, tonsilas palatinas (amigdalas) e tonsilas faríngeas (adenóides). As amigdalas são massas de tecido linfóide localizadas lateralmente na orofaringe. As adenóides estão localizadas acima e atrás da garganta na região da rinofaringe. Ambas funcionam como filtros para agentes infecciosos, ajudando o sistema imunológico a produzir anticorpos.

Sintomas

A maioria das faringoamigdalites é de origem viral (75%), sendo originada pelos vírus causadores do resfriado comum. Os pacientes apresentam em geral um quadro de infecção de vias aéreas superiores, com dor de garganta, febre baixa, congestão nasal, coriza e lacrimejamento.

As faringoamigdalites bacterianas promovem sintomas mais intensos, com dor de garganta, gânglios no pescoço, febre por um período mais duradouro e podem trazer complicações como abscessos, febre reumática, problemas nos rins, no coração e septicemia.

As amigdalites crônicas (caseosas) são quadros inflamatórios repetitivos em virtude do acúmulo de resíduos alimentares que se concentram nos orifícios das amigdalas, conhecidos por cáseo ou caseum. Estes são expelidos das amigdalas, promovendo mau hálito e desconforto, sendo, muitas vezes, confundidos com placas de pus.

Diagnóstico

Durante exame clínico, à oroscopia direta, é possível a visualização de aumento do tamanho das amigdalas com a presença de placas avermelhadas ou purulentas. Como a anatomia das tonsilas faríngeas (adenóides) impede sua identificação no exame oral, realiza-se exames de imagem como: vídeo-endoscopia nasal (mais utilizada na prática clínica), radiografia do cavum e, em alguns casos, tomografia da face para uma melhor avaliação. A cultura de orofaringe é considerada o padrão ouro, mas apresenta como desvantagens o tempo prolongado (18 a 48 horas) para obtenção do resultado do exame e adiamento da introdução de medicação adequada, sendo reservada para os quadros de repetição ou naqueles que manifestaram complicações.
Complicações

Se não tratada adequadamente, a faringoamigdalite causada por um determinado tipo de bactéria (Streptococcus beta-hemolítico do grupo A) pode levar a complicações bastante desagradáveis. A mais conhecida delas é a Febre Reumática, patologia frequentemente associada a uma resposta imune tardia e predisposição genética.

Tratamento

O tratamento dependerá da causa da faringoamigdalite. Nos casos de faringoamigdalite viral, indica-se o uso de antitérmicos e/ou analgésicos. Naqueles de causa bacteriana, utiliza-se analgésicos, anti-inflamatórios e/ou antibióticos. Na amigdalite caseosa é orientado gargarejos para evitar o acúmulo de resíduos nas amígdalas. O tratamento cirúrgico (amigdalectomia) é indicado para os casos de amigdalites bacterianas de repetição, crises com formação de abscesso na garganta e amigdalites caseosas que não melhoram com as medidas preventivas.
O melhor tratamento será dado pelo especialista, por isso, é importante um acompanhamento com o otorrinolaringologista.

 

Dra. Tatiana Almeida (CRM-PB 6785)
Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial