Rinite Alérgica, o que fazer?
A doença é comum e atrapalha a vida dos pacientes. Tratamento pode incluir imunoterapia e controle do ambiente.
Por: Dra. Júlia Guedes Cardoso
O nariz é parte integrante das vias aéreas superiores e o primeiro contato do corpo com o ar inspirado. Ele executa muitas funções importantes, incluindo a de filtrar e umidificar o ar inspirado, e é o responsável pelo sentido do olfato. Encontra-se interligado a várias estruturas das vias aéreas, incluindo os ouvidos, os seios paranasais e os olhos, além das vias aéreas inferiores.
A rinite alérgica é a mais comum das doenças alérgicas e é considerada um problema de saúde pública mundial. Embora não seja uma doença grave, é capaz de alterar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, seu desempenho e produtividade no trabalho e seu aprendizado escolar. Comumente a rinite alérgica está associada a outras condições como asma, sinusites, otite média, polipose nasal, infecções de vias aéreas inferiores e outras alergias, aumentando sobremaneira o impacto socioeconômico da doença.
Sintomas
Assim como as outras alergias, a rinite alérgica apresenta forte caráter genético, com incidência maior entre indivíduos cujos pais são alérgicos. Sem preferência por gênero ou raça, pode iniciar-se em qualquer idade, sendo mais frequente na criança e no adolescente. É uma doença caracterizada por: prurido nasal, espirros em salva, obstrução nasal, coriza hialina e diminuição do olfato. Esses sintomas são resultantes da ação de mediadores químicos, cuja liberação pode estar associada a mecanismos imunológicos ou não. É caracterizada por uma reação de hipersensibilidade tipo I, mediada por IgE (Imunoglobulina E, um anticorpo encontrado no sangue).
A rinite alérgica costuma ser desencadeada ou agravada pela exposição a aeroalérgenos, mudanças bruscas de temperatura, inalação de ar frio e seco. Os principais aeroalérgenos são os ácaros da poeira, baratas, fungos e de outras fontes alergênicas (epitélio, saliva e urina de animais domésticos); os odores fortes e a fumaça de tabaco são os principais poluentes intradomiciliares. A ocorrência dos sintomas pode ser sazonal ou perene, persistente ou intermitente, agravando-se nos períodos de outono/inverno.
Diagnóstico
O diagnostico da rinite alérgica é basicamente clínico, e inclui a história clínica pessoal e familiar de alergia, as condições do ambiente em que o paciente vive/trabalha/estuda, o exame otorrinolaringológico e exames complementares (dentre eles o teste alérgico cutâneo de hipersensibilidade e as dosagens de IgE séricas específicas).
Tratamento
O tratamento da rinite alérgica é baseado no controle do ambiente, farmacoterapia, imunoterapia específica e orientações. A redução/eliminação dos alergenos é considerada fundamental, e a maioria dos pacientes necessitam de tratamento farmacológico para controle dos sintomas. Procure o otorrinolaringologista, o diagnóstico precoce é fundamental para que se possa estabelecer um programa de tratamento.
Dra. Júlia Guedes Cardoso (CRM-PB 7422)
Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.