Doença das Carótidas: Uma causa de AVC
Fatores de risco e tratamento: saiba mais sobre a doença que pode causar um acidente vascular cerebral
Por: Dr. Luiz Gustavo Barros
As carótidas são as principais artérias que levam o sangue até o cérebro. Qualquer fator que possa levar à sua obstrução pode comprometer a circulação do sangue, podendo o paciente apresentar um acidente vascular cerebral – AVC.
A causa mais frequente de obstrução é a aterosclerose, onde há a formação de placas que provocam estreitamento das carótidas. À medida que o estreitamento aumenta, a quantidade de sangue pode diminuir e chegar até níveis que comprometem a circulação cerebral. Além disso, fragmentos de gordura ou coágulos podem se soltar das placas, irem até a circulação cerebral e lá obstruírem vasos importantes provocando uma isquemia ou mesmo um AVC.
Os principais fatores de risco são: idade avançada, tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.
Quais os sintomas da doença carotídea?
Não ocorrem sintomas nas fases iniciais da doença. Muitas vezes, a primeira manifestação é um AVC. Em certos casos, um “aviso” pode ocorrer, como uma isquemia cerebral transitória ou reversível. Portanto, se há fatores de risco, a doença deve ser suspeitada mesmo sem sintomas.
Como é feito o diagnóstico?
Após uma história clínica e exame físico detalhados, o médico poderá indicar um EcoDoppler das artérias carótidas e vertebrais que é um exame sem dor, sem contraste e sem radiação. Após o EcoDoppler, outros exames podem ser necessários.
Tratamento
A escolha do tratamento depende da severidade da doença, da presença ou não de sintomas e da saúde geral do paciente. O tratamento clínico, com medicações e mudanças no estilo de vida, é recomendado para todos os pacientes. Os fatores de risco devem ser tratados.
A cirurgia tradicional, denominada endarterectomia, consiste na remoção da placa que está bloqueando a artéria, através de uma incisão no pescoço.
A angioplastia com colocação de stent consiste no posicionamento de um stent (tubo feito de uma malha de metal) no local da obstrução da carótida para que o sangue passe através dele. Esse stent é inserido através de um cateterismo de uma artéria da virilha.
Uma avaliação criteriosa de cada caso em particular é fundamental para o diagnóstico correto, bem como para a escolha da melhor alternativa de tratamento. O trabalho em conjunto do cardiologista, neurologista e do especialista em cirurgia vascular e endovascular será decisivo para um bom resultado e satisfação do paciente.
Dr. Luiz Gustavo Barros (CRM-PB 6762)
– Médico especialista em Cirurgia Vascular, Cirurgia Endovascular e Radiologia Intervencionista;
– Título de especialista em Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular pela SBACV/CBR;
– Título de especialista em Radiologia Intervencionista pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular – SOBRICE / CBR.