Vídeo-histeroscopia, exame e técnica cirúrgica
Técnica pode ser usada para investigar sangramentos anormais e pólipos uterinos no aparelho reprodutor feminino.
Por: Dra. Jordana Pascoal Machado Rocha
A vídeo-histeroscopia é um exame endoscópico que permite a avaliação sob visão d
ireta da cavidade uterina e canal endocervical. O exame é realizado através de um equipamento de espessura que varia de 2 a 5mm de diâmetro, chamado histeroscópio, que é introduzido na cavidade uterina. Uma câmera é conectada ao histeroscópio e a imagem é projetada em um monitor. O exame pode ser acompanhado pela própria paciente, desde que seja realizado sem sedação. O procedimento também pode ser realizado com sedação leve, sob supervisão do anestesista, permitindo assim maior conforto à paciente. Após o exame, a paciente poderá retornar as suas atividades cotidianas.
Quando esse exame é indicado?
A indicação mais frequente é o sangra-mento uterino anormal na idade fértil, enquanto que infertilidade constitui a segunda maior indicação do exame. Outras indicações são: pólipos endometriais e endocervicais; espessamento endometrial em mulheres menopausadas, sinéquias (aderências) uterinas; malformações ginecológicas como septos intra-uterinos; localização precisa de corpo estranho como meta-plasia óssea e DIU “perdido” na cavidade uterina.
O exame também tem suas indicações obstétricas como investigação de abortamento habitual e localização de restos ovulares decorrentes de abortamento retido. O exame é obrigatório nas pacientes que serão submetidas a fertilização in vitro. Mais recentemente, a técnica vem sendo utilizada como guia para a introdução nas trompas de um método contraceptivo permanente e irreversível, denominado Essure®.
Como o exame pode ser aplicado em intervenções cirúrgicas?
A vídeo-histeroscopia é uma excelente técnica cirúrgica, minimamente invasiva. Muitas vezes ela permite o tratamento de algumas patologias no mesmo momento da realização do exame. Quando isso não é possível, em um segundo momento, é realizada a vídeo-histeroscopia cirúrgica que exige uma curta internação e anes-tesia. O método tem risco reduzido de infecção hospitalar, o tempo de recuperação da paciente é mínimo, além da preservação do útero da paciente, assim como ausência de cicatrizes externas.
As principais indicações da vídeo-histeroscopia cirúrgica são: cirurgia para retirada de miomas (miomectomia) e de pólipos endocervicais e endometriais; ablação endometrial; retirada de sinéquias, que são aderências que se formam no interior do útero; correção de septos.
A vantagem do método é ter poucas contraindicações, como gestação, infecção genital e hemorragia. Complicações podem surgir apenas quando as contraindicações são ignoradas, o instrumental é inadequado, o endoscopista não possui experiência compatível ou quando há obstrução do canal endocervical.
A vídeo-histeroscopia não é um exame de rotina e tem suas indicações específicas como as já citadas. Portanto, caso haja indicação da realização do exame, cabe ao ginecologista solicitá-lo e, a paciente, procurar clínicas especializadas com profissionais capacitados.
Dra. Jordana Pascoal M. Rocha (CRM-PB 5986)
Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia-FEBRASGO;
Título de Especialista em Endoscopia Ginecológica-FEBRASGO.
